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Prof. Alexandre de Sá Freire

terça-feira, 16 de março de 2010

Projetos Genoma: por que gastar dinheiro com isso?

Quando pensamos no dinheiro gasto com o desenvolvimento da ciência, devemos sempre pensar em como este conhecimento gerado pelos cientistas podem ajudar a sociedade.
O Brasil gasta 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) com o desenvolvimento da ciência. É muito dinheiro, mas não é o suficiente. Os países desenvolvidos (que tem um PIB maior que o nosso) investem até 2,6% do seu PIB em desenvolvimento de projetos científicos. Se pensamos em desenvolver o nosso país, devemos produzir e divulgar mais. Para isso, investimentos mais substanciosos são necessários.
Porém, apesar do pouco investimento, o Brasil ocupa uma posição importante no cenário mundial ao produzir 1% de todos os artigos científicos do mundo.
Bom, mas o que os Projetos Genomas têm a ver com isso?

Os Projetos Genoma são nada mais do que projetos desenvolvidos com o objetivo de saber a seqüência de bases de um determinado organismo. Para isso, utiliza-se alta tecnologia em termos de maquinas de sequenciamento automáticas ligadas a computadores para a captura dos dados. A utilidade de tais projetos está no fato de podermos conhecer a fundo determinados organismos para podermos buscar respostas para o próprio funcionamento destes organismos. Sabendo mais sobre o funcionamento dos organismos, podemos até pensar em encontrar cura para determinadas doenças.
O Projeto Genoma Humano visa conhecer os genes e pseudogenes dos seres humanos. O conhecimento dos genes, pseudogenes e seqüências não-gênicas podem nos revelar uma grande quantidade de informações como:
1. Maneiras de diagnosticar mutações em genes importantes;
2. Identificar regiões importantes do genoma capazes de "ligar" ou "desligar genes";
3. Novas regiões capazes de revelar a identidade de uma pessoa e, portanto, ser utilizada em testes de identificação de cadáveres, paternidade, ou fugitivos;
Enfim, um sem número de finalidades pode ser atribuído ao Projeto Genoma Humano.
É importante ressaltar que os Projetos Genoma são bons pontos de partida para o entendimento do funcionamento dos organismos vivos. Existem ainda os projetos:
Proteoma - estuda a interação entre as proteínas
Transcriptoma - estuda os genes que estão ativos e os produtos que estes geram

Foi um belo início, e devemos continuar atentos aos estudos que partirão dos Projetos Genoma. Devemos lembrar que a produção científica deve servir ao bem comum.

Para visualizar bem a questão do Projeto Genoma Humano, acesse o endereço abaixo para assistir o vídeo:


É interessante acessar os sites abaixo para saber como é gasto o dinheiro do seu país com relação a Saúde, Educação e Ciência.
http://www.inovacao.unicamp.br/report/news-indicadores050615.shtml
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141994000100005&script=sci_arttext
http://estatisticabrasil.blogspot.com/
http://www.direito2.com.br/asen/2009/ago/20/roberto-cavalcanti-cobra-do-governo-mais-verba-para-educacao-ciencia

quarta-feira, 10 de março de 2010

Vacinas Gênicas e Terapia Genética

Para que não haja confusão entre estes dois avanços da biotecnologia, é preciso prestar atenção:
I. Vacina Gênica
Na vacina gênica, seleciona-se o gene capaz de, uma vez ativado, gerar uma resposta imunológica no paciente. Assim, o paciente torna-se apto a responder às infecções. Os genes selecionados para estudos são ligados a proteínas virais ou bacterianas de patógenos (causadores de doenças).
Os genes dos patógenos são inseridos em pequenas moléculas de DNA circular chamadas de plasmídeos.
Uma vez preparados, os plasmídeos são injetados no corpo do paciente de duas formas:
a) Por meio de injeções intramusculares;
b) Por um mecanismo conhecido como revólver genético, que consiste em colocar os plasmídeos dentro de microesferas de ouro e dispará-las contra a pele do paciente, utilizando para isso um disparador de alta pressão.

Uma vez dentro das células, alguns plasmídeos conseguem penetrar no núcleo. Então, os RNAs correspondentes são sintetizados e, saindo do núcleo dão início a produção de proteínas vindas do gene do patógeno.
A célula, portanto vai produzir a proteína do patógeno e apresentá-la ao organismo como se o paciente estivesse doente. Porém, além do paciente não apresentar a doença, ele fica com o organismo "prevenido"

Veja nas figuras abaixo, um esquema de vacina gênica.




Figura 1. Mecanismos de montagem do vetor (plasmídeo) com o gene de interesse e injeção do gene no paciente.


Figura 2. Mecanismo de apresentação da proteína de interesse para o organismo ativar a resposta imunológica capaz de deixar a pessoa prevenida contra o patógeno.

II. Terapia Genética

A terapia genética caracteriza-se pela inserção de genes saudáveis no genoma dos pacientes. Geralmente, destina-se ao tratamento de doenças genéticas. O diabetes seria um bom exemplo de tratamento, pois é uma doença causada por uma falha do DNA no gene para a insulina.
A terapia genética para tal doença seria conduzida no sentido de inserir o gene saudável nas células do pâncreas responsáveis por produzir a insulina (Ilhotas de Langerhans).

Para injetar tais genes, existem três métodos básicos:

1. Viral
Neste método, os vírus são utilizados como vetores, ou seja, DNAs que possam servir como veículos para carregar o gene de interesse. A desvantagem pode vir de um vetor mal montado que possa gerar uma reação alérgica ou até infectar o paciente. Porém, a vantagem é a alta expressão do gene de interesse.

2. Não viral
Existem vários métodos não virais e um deles é injetar o DNA nú. O problema é a baixa taxa de expressão do gene de interresse. Para resolver este problema, pode-se abrir mão dos lipoplexos e poliplexos para proteger o DNA de interesse.

3. Híbridos
"Foram desenvolvidos alguns métodos híbridos que combinam duas ou mais técnicas, devido a todo método de transferência genética ter falhas. Virossomos são um exemplo: eles combinam lipossomos com HIV ou vírus da gripe inativos. Esse método se mostrou mais eficiente na transferência de genes em células epiteliais respiratórias do que métodos virais ou lipossomais isolados. Outro método é a mistura de outros vetores virais com lipídios catiônicos."


Veja, na figura 3 e na figura 4, esquemas de como funciona terapia genética.


Figura 3. Mecanismo de inserção do vetor no organismo do paciente.


Figura 4. Inserçaõ do gene no genoma do paciente e expressão da proteína de interesse.